Dia 14 de fevereiro comemoramos o centenário de Geraldo Cardoso Decourt, data que escolhida, justamente, como dia do botonista.
Façam uma pesquisa com a seguinte pergunta: Quem foi o maior inventor brasileiro? A esmagadora maioria vai, provavelmente, cravar na bucha o bom e velho Santos Dumont. Eu não, até porque continuo a não acreditar que um avião seja de fato capaz de voar.
O maior inventor brasileiro de todos os tempos é Geraldo Décourt - o pai do futebol de botão.
Dizem que Décourt desenvolveu o jogo, no final da década de 1920, arrancando botões de cuecas [cueca naquele tempo tinha botão, vejam só] e de uniformes escolares. Chamou o troço de Celotex, um material usado para fazer as primeiras mesas, e mandou ver.
Sempre achei o futebol de botão o mais democrático dos esportes mundiais, seguido pelo cuspe a distância e pela porrinha. Já se fez botão de tudo quanto foi jeito no Brasil - osso, tampa de relógio, paletó, plástico, galalite, coco e outros babados. Lembro bem do caso de um vizinho que arrancou os botões do paletó do avô durante o velório, ao perceber que o velho ia ser enterrado com um material de excelente qualidade para o futebol de mesa. A frase do capeta na hora de surrupiar os botões do velho foi inesquecível: Aquele segundo botão é o Rivellino; não vou deixar enterrarem o Riva.
Qualquer lugar era válido para a disputa. Jogava botão, quando era moleque, no chão da casa, na mesa da cozinha e, evidentemente, no Estrelão, a mesa sem cavalete que a Estrela produziu. Goleiros? Chumbinho, caixa de fósforos grande, o famosos Olhão, pedaço de madeira, plástico. Até dentadura de avó eu vi defendendo o gol em partidas improvisadas.
Outro jogo absolutamente democrático era o pregobol, mais conhecido como preguinho. Esfolava-se o dedo de forma retumbante ao meter os petelecos na moeda que, entre pregos, deveria entrar no gol - e aí era só cantar o que bonito é a torcida delirando.
Essas rápidas recordações, na verdade, me ocorreram por conta de um detalhe. Eu, que trabalho dando aula pra rapaziada mais nova, constato o seguinte: Os garotos, com raríssimas exceções, não jogam mais preguinho e botão. Na minha adolescência jogar botão era tão natural quanto, para ficar no exemplo básico, descabelar o palhaço. Todo mundo tinha seu time.
Desconfio que a culpa pela agonia do botão e do preguinho entre os garotos é desses jogos eletrônicos malucos que reproduzem com certa fidelidade partidas de futebol. A garotada fica agora fazendo tabelinha virtual em computadores e televisões e, seduzida pela parafernália desses trecos, abandona as coisas mais simples, que exigem mais talento, tem maior poder de sociabilização, são muito mais divertidas e inventivas.
Nesse caso eu fecho com o jornalista José Trajano, que em certa ocasião admitiu que sua grande preocupação ecológica e de luta pela preservação da vida era com a extinção do futebol de botão.
Eu também. Defendo, como humanista que sou, os animais em extinção, como o urso panda, o sagui-da-serra, a ararinha azul, o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o mico leão, o cachorro do mato de orelha curta, a onça parda, o gato do mato, o tamanduá bandeira e a baleia jubarte. Não posso esquecer de citar o heterossexual masculino, os reis Momos balofos e as cantoras de mpb que gostam de homem.
Lanço aqui, por tudo isso, outra campanha preservacionista: Abaixo os jogos virtuais e viva o futebol de botão e o preguinho. S.O.S urgente, Brasil!
Décourt foi um incansável divulgador e organizador de torneios e eventos de futebol de mesa em diversos estados brasileiros, o que propiciou o desenvolvimento do esporte, assim como sua popularização. Criou clubes e soube administrá-los com bastante amor. Carismático, semeou entre os que rodeavam o companheirismo puro e honesto, Faleceu em maio de 1998.
SAUDAÇÕES LEONINAS!!!
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FRASES ANTOLÓGICAS: "Nunca discuta com um idiota, ele te rebaixa ao nível dele e te vence pela experiência"; "Na dúvida,escolha o silêncio!Ele irrita,incomoda,chateia,não gasta sua energia e ainda por cima,preserva sua imagem";"O homen pode até perder dinheiro,só não pode é perder o carater"(Caby da Costa Lima); "A paz exige 4 condições essenciais: verdade, justiça, amor e
liberdade" (Papa João PauloII);"A fé em Deus nos faz crer no incrível, ver o invisível e realizar o impossível";"Quem nao faz um pouco por sua terra, não fará nada pela terra de ninguém"(Dix Huit Rosado);"O pessimista queixa-se do vento. O otimista espera que ele mude. O realista ajusta as velas"(autor desconhecido);"O futebol de Mossoró é como fogo no munturo quando você pensa que acabou ele ressurge";"A verdade prevalecerá"(Eurico Miranda)"Sempre parece impossível até que seja feito"
(Nelson Mandela)
POTIBA- o maior clássico do interior do RN
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